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Episódio 4 | Radioviernes

Foto do escritor: Fernanda BonadiaFernanda Bonadia

Castelo de areia

From the Basement (www.fromthebasement.tv) é o programa gringo que inspirou os idealizadores do Ao Vivo no Casarão. Gravado no Reino Unido, o projeto deu as caras como um podcast na web para depois se tornar um programa de referência exibido na TV.


Entre os diferentes artistas que já se apresentaram em frente às câmeras estão os astros do Radiohead, justamente o episódio (Radiohead - From the basement) que a equipe utilizou como referência para as gravações com a banda desta semana. Ora, os paulistanos do Radioviernes têm uma pegada de rock alternativo, sem intenção de rotular nem limitar a arte dos quatro rapazes, mas as ideias musicais deles apresentam influências do grupo inglês.


Assim, “Ascenção” foi a primeira canção registrada por cinco câmeras Canon. Cristina, Giuliano, Yuri, Otavio e Ticão foram os responsáveis pelas 5D e 7D daquele dia, sendo que os dois últimos ainda compartilharam a Direção de Fotografia.


Partindo do programa de referência, a orientação para os câmeras era de manter o equipamento estático. Foi assim que os profissionais de From the Basement fizeram com os músicos do Radiohead, e a ideia era reproduzir a experiência na sala principal do Casarão do Belvedere.

Outra característica dos vídeos com o Radioviernes, também inspirada no programa britânico, foi o posicionamento dos músicos em círculo. Quer dizer, a formação não era pra ser aquela tão comum em cima de um palco de rock, com o batera escondido no fundo e o vocalista no centro.

Dessa vez, os artistas ficaram lado-a-lado, impedidos de interagir com um público inexistente no número 267 da Rua Pedroso. A intenção era que eles se olhassem e dialogassem entre si. As câmeras, por sua vez, foram posicionadas atrás dos integrantes da banda e a equipe optou por assumir que apareceriam nas filmagens.

A iluminação neste episódio bateu no mesmo liquidificador a luz natural, vinda das janelas quadriculadas do salão, junto com duas artificiais. Uma foi montada na sala ao lado, atrás do vocalista, enquanto a outra ficou em uma das portas de entrada do salão.

A Direção de Arte, por sua vez, ficou sob responsabilidade da equipe. Sem ninguém para pensar exclusivamente no cenário, a produção acabou por ser mais limpa e sem tantos detalhes, como é possível acompanhar em outros episódios do Ao Vivo no Casarão.


Matérias compactas e duras que formam as rochas

E no meio do caminho, como bem poetizou o mineiro Drummond, tinha uma pedra. Mais que uma. Afinal, como diz o ditado popular: nem tudo são flores. E no caso das gravações com o Radioviernes, podemos traduzir a frase em uma imagem de flores de pedras: problema é o que não faltou nesta diária.

Para começar, o feriado municipal levou, na contramão dos discursos sustentáveis, os residentes de São Paulo a colocarem mais carros na rua. O resultado foi um trânsito intenso pela cidade e o atraso da equipe para preparar o set.


Logo na primeira canção filmada, um cartão de memória, cansado de suas atividades, decidiu tirar folga. Ele acusava que estava recheado de imagens, porém, não existia nada em seu interior.

Apesar da assistência de André, o responsável pelo som Aécio teve que voltar para sua casa buscar um backup de todo o equipamento, pois o áudio não estava sendo gravado. E ainda fez uma segunda viagem até lá buscar o banquinho para o baterista.


As entrevistas, para se ter uma ideia, foram gravadas diretamente na captação de áudio das câmeras, o que não é aconselhável quando se está filmando com a 5D e a 7D. Nos bate-papos com os outros convidados do Ao Vivo no Casarão, o microfone era plugado em um gravador de áudio.

Além disso, elas foram feitas no período da manhã, antes de começarem as apresentações. A escolha por deixar a equipe arrumando o cenário atrás dos entrevistados trouxe uma bonita estética para as conversas. Porém, isso fez com que as músicas só fossem gravadas após o almoço, e a terceira delas, quando a luz tinha caído muito e já estava quase noite na Pauliceia Desvairada.


Fortaleza!


“Supernova” foi a segunda música gravada naquela tarde, após os sete takes de “Ascenção”. Por ter uma melodia mais lenta, as câmeras tiveram permissão para se movimentaram, mas passearam de forma suave pelo espaço.


Um diferencial desta gravação foi o uso do slider, alugado pela equipe. Trata-se de um tipo de traveling menor e que fica apoiado sobre o tripé. Além disso, os câmeras foram orientados a brincar muito com o foco, colocando objetos de cena, como as cortinas rubras do casarão, em um primeiro plano desfocado.


Durante a filmagem, as chuvas torrenciais de verão chegaram para atrapalhar esta segunda canção. Porém, a pedra desta vez foi utilizada como alicerce da gravação: a equipe aproveitou o som provocado pela queda das gotas d’água para incrementar a amena canção do Radioviernes. O resultado foi uma combinação sonora na medida certa!


Mais natural e simples, a última canção gravada foi “Hoje”. Por conta do caráter divertido da melodia, as câmeras puderam praticar o freestyle. Uma das únicas orientações era a possibilidade de serem criativos com o zoom, em um vai-e-vem acelerado.


A abertura deste derradeiro vídeo foi desenvolvido ali mesmo, dentro do casarão. Para fazê-la, Cristina ficou sentada sobre o belíssimo piso de madeira no meio do círculo formado pelos músicos e girou em seu próprio eixo, captando o rosto de cada integrante do Radioviernes. A expectativa é enorme para conferir o resultado da edição e finalização da ideia.


A diária do quarto episódio foi recheada pelos mais variados obstáculos. No entanto, a equipe teve sensibilidade para construir seu castelo. Como disse o blogueiro Nemo Nox: “Pedras no caminho? Eu guardo todas. Um dia vou construir um castelo.”


 

Radioviernes


Murilo Dourado, vocal e guitarra

Rogério Lima, guitarra

Diego Monge, baixo

Marlon Alves, bateria

Dalila Santana, teclado


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